Haddad admitiu erros do poder público nos episódios do vazamento de provas e dos problemas no encadernamento
Após enfrentar falhas na execução do Enem durante dois anos consecutivos, o ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou hoje diante de uma plateia de autoridades e empresários, na Bahia, que há interesses econômicos que torcem contra o exame. Haddad admitiu erros do poder público nos episódios do vazamento de provas e dos problemas no encadernamento. O ministro, contudo, adverte que a iniciativa privada, contratada para confeccionar os testes, também falhou.
— Não podemos nos intimidar com esse tipo de percalço. Acredito que o Brasil vai conseguir se organizar para realizar uma prova sem incidentes — disse.
O desabafo de Haddad ocorreu nesta manhã, durante seminário do Fórum Empresarial de Comandatuba. O evento organizado pelo LIDE - Grupo de Líderes Empresariais - reúne desde sexta-feira em um resort baiano centenas de líderes do setor empresarial e políticos.
Palestrante do segundo dia de debates, Haddad também reconheceu que o país precisa aumentar os investimentos em educação para subsidiar um desenvolvimento sustentável. Atualmente, a União investe apenas 5% do Produto Interno Bruto no setor.
— Uma educação de qualidade não se paga à vista nem em suaves prestações. Para garantir ao Brasil um bom nível educacional é preciso investir pesado — destacou o ministro.
Em seu diagnóstico da crise estrutural do ensino brasileiro, Haddad enfatizou que o caminho mais rápido em direção ao desenvolvimento é valorizar o magistério.
Antes de ingressar no seminário, o ministro comentou sobre o episódio do massacre na escola de Realengo, no Rio. Para ele, o atentado não deve motivar o reforço da segurança e o fechamento das escolas para a população:
— Temos uma convicção: escola segura é aquela em que a população se apropria. Quanto mais pública e menos estatal forem as escolas, mais seguras elas serão.
* O repórter Fabiano Costa viajou a Comandatuba a convite do LIDE - Grupo de Líderes Empresariais.
ZERO HORA
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